Hoje enfrentamos um desafio significativo, nós, homens, no contexto do letramento de gênero. É fundamental que nos conscientizemos sobre a importância de identificarmos e modificarmos hábitos e práticas que perpetuam a cultura de desigualdade que ainda sustentamos.

Neste Dia Internacional da Mulher, dedicado a amplificar as vozes femininas, é essencial que pratiquemos uma escuta ativa. É importante reconhecer que o objetivo não é “dar voz” às mulheres, uma vez que elas não necessitam de nossa permissão para falar, mas sim enfrentar o desafio de realmente ouvi-las. Isso inclui dar ouvidos ao nosso próprio “feminino”, aquele ensinado por nossas mães, avós, parceiras e filhas, e que muitas vezes ocultamos à medida que crescemos e nos tornamos homens adultos.

Não podemos negar o desconforto que ainda sentimos ao testemunhar mulheres expressando suas conquistas, trajetórias e competências para assumir posições de liderança tanto no ambiente profissional quanto fora dele. Como homens, muitas vezes nos incomoda assumir um papel secundário nesse cenário, o que revela outro grande desafio: o de reconhecer e lidar com esse desconforto.

Já é hora de promover uma reflexão profunda e uma discussão aberta sobre as masculinidades que cultivamos, bem como sobre as violências que perpetramos contra mulheres e outros grupos marginalizados. Isso também implica em sairmos de nossas bolhas e engajarmos outros homens nessa luta por mudança.

Como bem disse Bell Hooks, “o caminho para a transformação começa com a consciência.”

Então convidamos vocês, homens, a encararem este desafio com a gente.

Ilustração do nosso parceiro artista Marcos Oliveira