O Dia Internacional das Mulheres é mais do que uma data comemorativa; é uma forte lembrança na luta contínua pela equidade de gênero. À medida que nos aproximamos dessa data, é crucial que nós, homens, nos conscientizemos sobre a importância de identificar e modificar hábitos e práticas que perpetuam a cultura de desigualdade que ainda sustentamos.
Além dos desafios estruturais, o burnout é uma realidade crescente. O relatório “The State of Workplace Burnout 2024” revela que o burnout entre mulheres aumentou para 42%, enquanto o dos homens reduziu para 30%. Essas disparidades refletem o peso desigual das responsabilidades e a necessidade de um suporte mais robusto.
Apesar de avanços significativos, estamos ainda longe de atingir a equidade. Segundo a pesquisa “Women in the Workplace 2024”, a paridade para todas as mulheres está a cerca de 50 anos de distância. No ritmo atual, levará 22 anos para as mulheres brancas e mais que o dobro para as mulheres negras alcançarem a paridade. Esses dados sublinham a urgência de ações efetivas.
A desigualdade de gênero é visível em diversas frentes e os dados reforçam isto:
- Mulheres representam 43% do quadro de funcionários no Brasil, mas ainda estão sub-representadas no topo das corporações.
- Elas continuam a receber 20,7% menos do que os homens.
- Mulheres sofrem assédio sexual no trabalho cinco vezes mais que os homens.
- Entre 50% e 56% das mulheres brasileiras são demitidas ou pedem para ser demitidas após a licença-maternidade.
- Mulheres dedicam quase o dobro do tempo que os homens em tarefas domésticas, impactando sua disponibilidade e energia para o trabalho remunerado e suas oportunidades de avanço profissional.
No próximo mês, em que muitas instituições se dedicam a amplificar as vozes femininas, será essencial que homens pratiquem uma escuta ativa e reflitam sobre sua responsabilidade. O objetivo não é “dar voz” às mulheres, pois elas não precisam de nossa permissão para falar, mas sim enfrentar o desafio de realmente ouvi-las e agir. Isso inclui dar ouvidos ao nosso próprio “feminino”, aquele ensinado por nossas mães, avós, parceiras e filhas, frequentemente ocultado à medida que crescemos.
Além de ouvir, é fundamental agir. Não podemos negar o desconforto que sentimos ao ver mulheres expressando suas conquistas e assumindo posições de liderança. Como homens, muitas vezes nos incomoda assumir um papel secundário, o que revela o desafio de reconhecer e lidar com esse desconforto. Este é o momento para discutir as masculinidades que cultivamos e as violências perpetradas contra mulheres e outros grupos marginalizados.
Os homens devem assumir um papel ativo na luta contra as desigualdades e violências de gênero. A pesquisa de 2017 da BCG mostrou que iniciativas de promoção da equidade de gênero nas organizações têm 96% de sucesso quando homens estão ativamente envolvidos, contra apenas 30% quando não há adesão masculina.
Alguns exemplos de como homens podem assumir um papel ativo na promoção da equidade de gênero:
- Educar-se sobre questões de gênero, seja lendo obras de autores renomados ou consumindo conteúdos sobre a temática.
- Praticar a escuta ativa é essencial, ouvindo atentamente as experiências das mulheres e refletindo sobre atitudes pessoais.
- No ambiente de trabalho, é crucial apoiar políticas inclusivas e defender colegas em situações de discriminação.
- Questionar normas tradicionais de masculinidade e promover novas formas que valorizem a igualdade.
- Desafiar as divisões tradicionais de gênero, compartilhando equitativamente as responsabilidades domésticas e de cuidado dos filhos.
Para saber mais sobre como a Mutátil está promovendo essas mudanças nas organizações, convidamos você a acessar nosso conteúdo e entrar em contato conosco.
Como bem disse Bell Hooks, “o caminho para a transformação começa com a consciência.” É hora de refletir sobre nosso papel na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva, começando pelo ambiente de trabalho e se estendendo a todos os aspectos da vida cotidiana.
Então convidamos vocês, homens, a encararem este desafio com a gente.
Deixar um comentário